Especialista do CEUB aponta para a necessidade de maior investimento e conscientização na preservação de monumentos históricos, após série de desastres recentes.
O recente desabamento do teto da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, que resultou na morte de uma turista e deixou cinco feridos, reacendeu a discussão sobre a precariedade na conservação do patrimônio histórico no Brasil. O caso se soma a outros desastres recentes, como o incêndio no Museu Nacional em 2018 e o desabamento no Santuário de Nossa Senhora da Conceição em Recife no ano passado, evidenciando um problema estrutural que afeta a memória cultural do país.
Deusdedith Rocha Jr., professor do CEUB, destaca a importância da preservação das edificações históricas, que vai além da segurança: “Trata-se da manutenção da memória, da identidade e da cultura brasileira”. O especialista aponta para a falta de investimento e de políticas públicas eficazes como um dos principais fatores para a recorrência de tragédias como essa.
“O Brasil não tem uma cultura sólida de preservação”, afirma Rocha Jr. “O governo não investe o suficiente e a sociedade, muitas vezes, não se vê responsável por isso”. O professor compara a situação brasileira com a de outros países, como Cuba e Argentina, que investem mais em sua memória cultural e possuem uma compreensão mais profunda do valor de suas raízes.
Além do abandono físico das edificações, o especialista alerta para o desprezo cultural por parte das elites brasileiras, que muitas vezes valorizam mais modelos estrangeiros do que a riqueza histórica nacional. “A gestão do patrimônio histórico no Brasil ainda é muito distante da ideal”, ressalta.
Para Rocha Jr., a solução passa por um compromisso coletivo, envolvendo o poder público e a sociedade civil. “Todos temos responsabilidade na preservação”, defende. “Para isso, é preciso educação e um envolvimento maior com as questões culturais e históricas”.
O desabamento da Igreja do Bonfim serve como um alerta para a necessidade urgente de ações concretas para a preservação do patrimônio histórico brasileiro. É preciso investir em restauro, fiscalização e conscientização, para que tragédias como essa não se repitam e a memória cultural do país seja preservada para as futuras gerações.
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